quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Investigação sobre Pedofilia

Investigação sobre pedofilia na Igreja
Entrevista com Lorenzo Bertocchi, historiador do Cristianismo

ROMA, terça-feira, 25 de maio de 2010 (ZENIT.org).
Quantos casos de pedofilia foram registrados na Igreja Católica? E quantos são verificados na sociedade? Para responder a estas e outras perguntas sobre um tema tão delicado e espinhoso, Francesco Agnoli, Massimo Introvigne, Giuliano Guzzo, Luca Volonté e Lorenzo Bertocchi acabam de publicar um ensaio sobre o assunto.
Para aprofundar no tema, ZENIT entrevistou um dos autores do ensaio italiano "Indagine sulla pedofilia nella Chiesa" (edições Fede & Cultura). É Lorenzo Bertocchi, estudioso da história do Cristianismo.
 -Quantos são os casos de pedofilia na Igreja?
Bertocchi: Ainda que houvesse um único caso, é óbvio que já seria demasiado e dentro da Igreja quem manifestou idéias muito claras neste respeito é justamente Bento XVI. Dito isto, creio que é útil entender as dimensões do fenômeno e, na primeira parte do livro, Massimo Introvigne nos ajuda a moldar o problema. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo investigações acadêmicas autorizadas, de 1950 a 2002, os sacerdotes acusados de efetiva pedofilia foram 958 de mais de 109.000 sacerdotes, mas as condenações diminuem drasticamente até um número inferior a 100.
O padre Lombardi [porta-voz do Vaticano], em uma declaração de 10 de março passado, mencionava o caso da Áustria onde, no mesmo período, as acusações verificadas e atribuídas à Igreja somam 17, enquanto em outras ambientes elas passam de 510. Estes números podem dizer muito ou nada, todavia mostram sim uma tendência que permite esvaziar a hipótese que a respeito da Igreja quereria fazer-se "de toda la hierba un haz" [expressão italiana que significa "generalizar"].
 -E na sociedade?
Bertocchi: Lendo os dados parece que a praga da pedofilia está verdadeiramente estendida e é impressionante. Em um relatório da Organização Mundial da Saúde - Estimativas Globais de Conseqüências de Saúde devido à Violência Contra Crianças (Genebra, OMS 2006) - é indicado, por exemplo, que em 2002, no mundo, estima-se que aproximadamente 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos forçados a diversas formas de abuso no âmbito sexual.
Um relatório da ONU, apresentado em 21 de julho de 2009 na Assembléia Geral, centraliza a atenção, por outro lado, na situação da internet: a escala mundial, o número de páginas de natureza pedo-pornográfico aumenta em ritmo vertiginoso; por exemplo, se em 2001 eram 261.653, em 2004 somavam-se 480.000, tendência que também se confirma consultando os relatórios anuais da Associação Meter, do padre Di Noto.
 -Que cultura promove a pedofilia?
Bertocchi: No centro da problemática está a "cultura do sexo" que, especialmente a partir da chamada 68, promoveu uma verdadeira revolução destinada a "abolir os tabus". A difusão da pornografia, que de alguma maneira representa a bandeira desta revolução, está à vista de todos. A mentalidade dominante hoje é aquela que justifica a prática de uniões sexuais de todo o tipo, fruto de um pensamento que encontra suas raízes em De Sade, Freud, Fromm, Reich, Marcuse etc, aqueles que poderíamos definir como profetas da exaltação do orgasmo.
 -Como, quando e por que a cultura favorável à pedofilia penetrou nos seminários e na Igreja?
Bertocchi: A resposta pode vir da carta que Bento XVI escreveu aos católicos da Irlanda onde, além de confrontar o problema de casos de pedofilia no clero irlandês, o Santo Padre procura também as raízes do fenômeno. Em sua argumentação, faz referência para que "o programa de renovação proposto pelo Concílio Vaticano II foi Às vezes mal entendido". Seguramente há uma alusão àquele período dos anos 60/70 do século passado no qual a chamada "abertura do mundo" conduziu a Igreja a uma debilidade da fé e a uma secularização progressiva.
O ataque social, feito em princípio pela autoridade, com o famoso slogan "proibido proibir", se insinuou na Igreja e, deste modo, nos seminários uma certa interpretação terminou por confundir a disciplina com o diálogo; o resultado foi uma manga mais larga na seleção de candidatos para o sacerdócio.
 -Por que a pedofilia organizada e praticada com o turismo sexual não faz barulho e não é possível detê-la?
Bertocchi: A investigação da Universidade de Parma realiada por ECPAT estanelece o perfil do "turista" que não é certamente um mostro: em 90% dos casos, tem entre 20 e 40 anos, cultura de nível meio alto, bom padrão de renda, muito freqüentemente casado. Por outro lado, as vítimas têm idade entre 11 e 15 anos, no caso das meninas, e entre 13 e 18 para os rapazes.
Este tipo de "turismo" é considerado crime em muitos países, mas apesar disto é uma indústria florescente e justo pelo fato de ser "uma indústria" torna-s difícil deter o fenômeno. Mas também há uma razão mais radical investigada naquela "cultura do sexo" da qual falava a pouco; há expressões políticas que são estandartes de temas nascidos naquela "cultura" e que se movem como um verdadeiro lobbby.
 -Qual é o limite entre realidade e falso moralismo?
Bertocchi: Por uma espécie de perversão da verdade, hoje nos deparamos com uma confusão ética de taps proporções que a realidade se perde no subjetivismo. Vemos, deste modo, que a condenação do comportamento imoral dos religiosos vem da mesma atmosfera cultural que está disposto a aceitar a toda arbitrariedade do indivíduo. As razões são de tipo ideológico, mas também de tipo econômico, como demonstram esses escritórios de advocacia americanos que têm ganho milhares de milhões de dólares, graças ao uso despreocupado da acusação de pedofilia.
 -Como avaliar a linha de tolerância zero adotada pelo Papa Bento XVI?
Bertocchi: A determinação do Santo Padre querendo deixar claro me parece exemplar, mostra uma via de transparência que não só é válida para a Igreja, mas deveria ser para todos os setores da sociedade que tiveram ou tenham haver com este triste fenômeno.
Nas meditações da Via Crucis  2005, o então cardeal Ratzinger mostrou claramente a necessidade de se "fazer limpeza" dentro da Igreja, vontade não justiceira, mas desejo de verdadeira justiça para fazer brilhar cada vez mais a Esposa de Cristo "uma, santa, católica e apostólica".
 -De que modo a Igreja Católica poderá será capaz de superar a consternação e a desconfiança disseminada entre as pessoas?
Bertocchi: Eu concordo com as conclusões que Agnoli mostra no ensaio: oração, recuperação do senso de sobrenatural, serviço efetivo do governo da Igreja e, eu acrescento, uma profunda  recuperação do senso de pecado. "O verdadeiro inimigo para temer e combater é o pecado, o mal espiritual que, às vezes, lamentavelmente, contamina também aos membros da Igreja", disse Bento XV após a Regina Caeli de 16 de maio.
Infelizmente, em muitas catequeses, está cada vez menos na moda o tópico "pecado", deslocado por muita psicologia e muita sociologia. Reconhecer-se pecadores, porém, é a via para acolher a Misericórdia de Deus. Caridade na Verdade, não há outro modo para dar esperança aos homens de nosso tempo.

Arquidiocese de Niterói e as palmas

Dom Roberto Francisco, Bispo Auxiliar de Niterói, em seu último artigo publicado no site de nossa Arquidiocese, explica o porquê D. Alano e ele proibiram as palmas dentro das Celebrações Eucarísticas da Arquidiocese

Porque não se adequa a teologia da Missa que conforme a Carta Apostólica Domenica Caena de João Paulo II do 24/02/1980, exige respeito a sacralidade e sacrificialidade do mistério eucarístico: “0 mistério eucarístico disjunto da própria natureza sacrifical e sacramental deixa simplesmente de ser tal”. Superando as visões secularistas que reduzem a eucaristia a uma ceia fraterna ou uma festa profana. Nossa Senhora e São João ao pé da cruz no Calvário, certamente não estavam batendo palmas. Porque bater palmas é um gesto que dispersa e distrai das finalidades da missa gerando um clima emocional que faz passar a assembléia de povo sacerdotal orante a massa de torcedores, inviabilizando o recolhimento interior. Porque o gesto de bater palmas olvida duas importantes observações do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre os desvios da liturgia : 
“A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado. Muitos pensaram e disseram que a liturgia deve ser feita por toda comunidade para ser realmente sua. É um modo de ver que levou a avaliar o seu sucesso em termos de eficácia espetacular, de entretenimento. Desse modo, porém , terminou por dispersar o propium litúrgico que não deriva daquilo que nós fazemos, mas, do fato que acontece. Algo que nós todos juntos não podemos, de modo algum, fazer. Na liturgia age uma força, um poder que nem mesmo a Igreja inteira pode atribuir-se : o que nela se manifesta e o absolutamente Outro que, através da comunidade chega até nós. Isto é, surgiu a impressão de que só haveria uma participação ativa onde houvesse uma atividade externa verificável : discursos, palavras, cantos, homilias, leituras, apertos de mão… Mas ficou no esquecimento que o Concílio inclui na actuosa participatio também o silêncio, que permite uma participação realmente profunda, pessoal, possibilitando a escuta interior da Palavra do Senhor. Ora desse silêncio, em certos ritos, não sobrou nenhum vestígio”.
Finalmente porque sendo a liturgia um Bem de todos, temos o direito a encontrarmos a Deus nela, o direito a uma celebração harmoniosa, equilibrada e sóbria que nos revele a beleza eterna do Deus Santo, superando tentativas de reduzi-la à banalidade e à mediocridade de eventos de auditório.

+ Dom Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arquidiocese de Niterói e as palmas

Nota de esclarecimento a respeito do gesto de bater palmas na Santa

Considerando que o gesto de bater palmas na Missa tornou-se em vários lugares exagerado, gerando desconforto, perplexidade e ainda não poucas dificuldades para propiciar um clima de recolhimento como deve ser o da Celebração Eucarística.
Preocupados com versões alarmantes e distorcidas de que este gesto teria sido proibido, já pelo Papa ou pelo Arcebispo; oferecemos as seguintes pontualizações para a reflexão:
1) Não se trata de proibir mas de restringir o uso do gesto das palmas na Missa, uma vez que elas não são reconhecidas como um sinal litúrgicos pelo ritual e também não se compatibilizam com a natureza sacrifical da Missa, que como sabemos é renovação incruenta da paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, memorial da nossa salvação.
2) O Papa Bento XVI, na Carta Apostólica Sacramentum Caritatis, expõe com muita clareza a dinâmica da espiritualidade eucarística em três momentos: acreditar, celebrar, vivenciar. Por isso os gestos devem expressar o que acreditamos, celebrar a nossa fé seguindo o critério Lex orandi, Lex credendi.
Determinamos as seguintes orientações:
• Que o uso de bater palmas fique reduzido aos momentos de louvor da Santa Missa: o Glória e o Santo.
• Que no tempo da Quaresma fique totalmente supresso o gesto de bater palmas.
• Que as equipes de liturgia possam refletir e ajudem o Povo de Deus a entender estas orientações, facilitando a sua observância.

Lembrando que a Santa Missa é patrimônio espiritual de todos a serviço da Glória de Deus e santificação das pessoas, suplicamos as bênçãos de Deus para todas as Comunidades Arquidiocesanas.

Niterói, 09 de setembro de 2010

+Dom Frei Alano Maria Pena, OP
Arcebispo Metropolitano de Niterói

+Dom Roberto Francisco Ferrería Paz

Bispo Auxiliar de Niterói

 

 

 

 

 

 

 

Como nós devemos ouvir a Santa Missa? – “Como a assistiam a Santa Virgem Maria e as Santas mulheres. Como São João assistiu ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrificio sangrento da cruz”
Sã Padre Pio 

13 mandamentos da cooperação

Aos Leitores e a equipe de coordenação uma regra de ouro

(texto do livro: A cooperação, paixão de uma vida, Stanislau Stawicki, SAC)
Esses “mandamentos” foram elaborados por Josef Böckenhoff, SAC. Professor de filosofia, ensinou nos institutos dos palotinos na Alemanha, Índia e Camarões; Apaixonado pelo carisma palotino, se alegrou ao ver a cooperação entre os palotinos tomar vigor. Ele ofereceu esses treze “mandamentos” como marcos de orientação para uma maior cooperação entre os discípulos de Pallotti. Tendo sofrido um infarto durante suas férias na Europa, faleceu em 2001, Em sua memória publicamos esses “mandamentos”.

1- Planejar juntos
Planejar e rever com os colaboradores. Não ter planos prontos. Fazer que os outros tomem consciência de suas boas idéias

2- Subsdiaridade
Favorecer a co-responsabilidade. Não se intrometer nas responsabilidades dos outros, mas ajudá-los a realizar suas tarefas.

3- Definição de tarefas
Definir claramente as tarefas de cada um. Não pensar que se deva fazer tudo sozinho, mas ajudá-los a realizar suas tarefas.

4- Informação
Informar sempre. Não desprezar as questões estúpidas dos outros. Demonstrar interesse por elas.

5- Confiança
Dar crédito de confiança aos outros. Não acreditar nas palavras de desconfiança, mas dar apreciações

6- Autenticidade
Ser autêntico. Não tentar manipular os outros, mas estar aberto à realidade.

7- Complementaridade
Aceitar as diferenças. Não vê-las como obstáculo, mas como complementaridade e riqueza..

8- Unidade de pessoas
Ver mais as pessoas do que as estruturas. Não buscar a uniformidade, mas a unidade.

9- Paciência
Ter paciência para não chegar a uma convicção comum. Não fazer falsos compromissos. Não entrar em competição, mas encontrar novas soluções.

10-      Imperfeição
Ser realista. Não esperar perfeição em si mesmo nem nos outros, mas concentrar os esforços para realizar o melhor possível.

11-      Interdependência
Agir como pessoa madura. Não superestimar a independência nem a dependência. Viver a interdependência

12-      Serenidade
Manter a calma. Não colocar a si mesmo em tensão, nem meter medo nos outros. Alegrar-se com a liberdade e a serenidade.

13-      Otimismo
Coragem! Não alimentar as faltas dos outros, mas criar experiências positivas e viver delas