domingo, 9 de janeiro de 2011

O sacramento da Penitência e da Reconciliação

Postado por frei Cleiton Robson,OFMConv. (do Blog Salvem a Liturgia)

Nas quatro Basílicas Maiores de Roma, sempre existiu o serviço de atendimento às confissões. Serviço este, organizado definitivamente, pelo Papa São Pio V (1566 – 1572). Depende diretamente da Penitenciaria Apostólica, organismo vaticano encarregado das concessões de indulgências, que assinala a diferentes Ordens religiosas a confissão em diferentes basílicas.
Na Basílica de São Pedro estão os Franciscanos Conventuais, em São João de Latrão, os Franciscanos Menores, em Santa Maria Maior, os Dominicanos, e em São Paulo Fora dos Muros, os Monges Beneditinos.

O sacerdote dominicano Pedro Fernández, confessor em Santa Maria Maior, foi entrevistado pelo site de informações da Igreja "Zenit" (02/10/2009). Para ele, este trabalho significa exercitar o sacerdócio que a Igreja lhe confiou em nome de Cristo. Permite-lhe estar em contato direto com as pessoas e as almas.
Ele assinala que sua missão muitas vezes vai além de absolver: “vejo muita solidão. Há penitentes que vêm desejando desabafar, ser escutados. O confessor deve ajudá-los em primeiro lugar a se darem conta dos pecados para poder arrepender-se, porque ninguém se arrepende do que não conhece”.
Inclusive o diálogo com o penitente pode ser uma oportunidade de evangelizar. “Percebe-se muito a ignorância religiosa. Convém que o confessor faça nesse momento uma catequese adequada”.

O padre Fernández admite que para administrar este sacramento como deveria ser, a Igreja necessita de muitas mãos: “se houvesse mais confessores, haveria mais confissões. Sempre custa ir pedir a um sacerdote que me confesse, mas se o vejo sentado disponível, é mais fácil”.
Ele enfatizou a importância de que os fiéis vejam este sacramento como um presente e não como um castigo: “Temos de nos aproximar da confissão para acolher este perdão. Aí está a beleza da confissão. É o sacramento da paz consigo mesmo”.
E como em todo trabalho, há dias mais atarefados que outros, em que mais fiéis acorrem e as filas se alongam. “No Advento, Quaresma, nas primeiras sextas-feiras do mês há muito mais gente. É uma experiência estupenda ver uma pessoa arrependida”.

Mas por que contar os pecados a um sacerdote? Por que não confessar com Deus diretamente? São perguntas que muitos católicos fazem. O padre Fernández explica: “a relação com Deus é mediada. Em nossa fé, essa mediação é por meio dos sacramentos, da fé e da experiência mística”.“Para confessar-se, é preciso ter fé, crer em Deus, em teus pecados e arrepender-se. Não é um caminho imposto pela Igreja. É um caminho que a fé nos indica”.
E assinala 
o verdadeiro sentido da confissão: “não se trata de um consultório psicológico e que dêem uma razão humana de seus problemas. Sobretudo é o perdão”.

Um sacramento ao qual Bento XVI tem dado grande ênfase neste ano sacerdotal: “
o fato de que o Papa recomende aos sacerdotes que nos sentemos a confessar quer dizer que temos de ser conscientes de nossa identidade e santificação”, diz o padre Fernández.
Ele concluiu a entrevista assegurando que ninguém dá o que não tem: “confessando-se é como se aprende a confessar. 
Dificilmente alguém pode ser confessor se não se confessa bem”!

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